Trabalhadores bancários de todo o país realizam atos públicos nesta quarta-feira (11) para pressionar os bancos a assinar um pré-acordo que garanta a validade da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) durante as negociações da Campanha Nacional Unificada da categoria.
A dita "reforma" trabalhista do governo Temer pôs fim ao princípio da ultratividade, que garantia a validade de um acordo coletivo até a assinatura de um novo. Com isso, todas as conquistas previstas na CCT – como igualdade de salários em todos o território nacional, participação nos lucros e resultados (PLR), vales refeição, alimentação, regulamentação da jornada e outros – podem deixar de valer após 31 de agosto, quando o acordo atual deixa de valer.
O pré-acordo de validade da CCT já havia sido apresentado na primeira rodada de negociação com os bancos, que não deram resposta sobre o assunto. Nova rodada deverá ocorrer nesta quinta-feira (12), e os bancários exigem a preservação dos direitos conquistados, como ocorreu em todas as outras negociações até aqui.
"Esperamos que, na segunda rodada, os bancos assinem o pré-acordo e apresentem um calendário de negociações. Sem esse pré-acordo, todos os direitos previstos na nossa CCT, que são resultado de anos de muita luta da categoria, estão em risco", diz a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva.
“Por isso, no dia de hoje os bancários promoverão atos e protestos em todo o país, cobrando dos bancos que assinem o pré-acordo. Estamos dispostos a negociar e esperamos o mesmo dos bancos: que demonstrem disposição para debater com seriedade a pauta dos bancários na rodada agendada para 12 de julho", ressalta a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, coordenadora do Comando Nacional dos Bancários.
Ivone, que também integra o Comando Nacional, lembra que, apesar da crise econômica, os cinco maiores bancos do país registraram lucros somados de R$ 77,4 bilhões, em 2017, com crescimento de 33,5% em relação ao ano anterior. Só no primeiro trimestre deste ano, os lucros destas empresas já alcançaram R$ 20,6 bi. "Queremos negociação com seriedade. Nossa CCT está em risco, assim como todos os direitos da categoria", diz a presidenta dos Bancários de São Paulo.
Além do pré-acordo, os bancários também reivindicam proteção contra outros dispositivos da "reforma" trabalhista, como contratos temporários, terceirização e a chamada hipersuficiência, que retira da CCT os trabalhadores que ganham acima de R$ 11.291. A categoria também luta por aumento real e na PLR, bem como nos demais direitos, além da garantia dos empregos.
Tuitaço
Além dos atos que ocorrerão nos locais de trabalho ao longo desta quarta-feira, a população pode ajudar os bancários pelas redes sociais utilizando as hastags #TodosPelosDireitos e #AssinaFenaban, para pressionar os bancos a preservar os direitos da categoria.
Com informações dos Bancários SP e Contraf-CUT