Bancários de todo o país realizam nesta quinta-feira (1/2) protestos e paralisações em agências do banco Itaú. O banco informou, através de seu diretor de RH e Relações Sindicais, Sergio Farjeman, que as homologações não serão mais feitas nos sindicatos. Em dezembro o banco também havia tentado promover alterações com relação à definição da data e período de férias. Havia estipulado que seus departamentos Jurídico e de RH definiriam novas regras de acordo com as mudanças da nova lei trabalhista.
“Conseguimos reverter a decisão sobre as férias. Agora chega a informação sobre as homologações, que deixa o trabalhador sem o respaldo dos sindicatos para a conferência dos valores a serem pagos pelo banco. Se não mostrarmos nosso descontentamento, após o término da vigência da nossa Convenção Coletiva o banco vai querer retirar todos os direitos que ela garante”, disse Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú.
Devido ao acordo de dois anos, firmado na campanha de 2016, a categoria tem vários direitos garantidos até 31 de agosto de 2018.
A decisão pela realização das atividades em protesto contra medidas que tenham como base a nova lei trabalhista foi tomada pelo Comando Nacional dos Bancários, reunido em Porto Alegre na quinta-feira (25/1).
“Toda a categoria tem que se mobilizar, não apenas os bancários do Itaú. O Santander já havia anunciado medidas prejudiciais aos trabalhadores levando em conta a famigerada reforma. Agora, foi a vez do Itaú. Se toda a categoria não se mobilizar agora, logo todos os bancos retirarão nossos direitos. Temos de nos unir para nos defender uns aos outros”, disse Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e um dos coordenadores do Comando Nacional.
Decisão sem sentido
Para o Jair Alves, a decisão unilateral tomada pelo Itaú não faz sentido. “Nos reunimos constantemente com o banco em mesa de negociações. Esse importante canal de diálogo é muito valorizado pela categoria e, acreditamos, também pelo banco. Não há porque não mantermos esse canal, ainda mais agora com a aquisição do Citibank e a tensão criada pela nova lei trabalhista. Vamos procurar negociar com o banco, mas estamos mobilizados para lutar por nossos direitos”, afirmou.
Negociações em andamento
As negociações sobre a criação do Centro de Realocação e Requalificação Profissional, previsto na cláusula 62 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, é um exemplo de negociações em andamento entre o banco e os representantes dos trabalhadores.
Conquista da Campanha Nacional de 2016, a redação final da cláusula havia ficado pendente no fechamento da negociação e foi aprovada pelo Comando Nacional e pela Federação dos Bancos (Fenaban) no final de setembro de 2017.
No Itaú, os trabalhadores criarão um grupo para monitorar o andamento das realocações e requalificação, como já aconteceu após a incorporação do Unibanco.
As negociações para a próxima Campanha Nacional também já foram iniciadas. “Nos antecipamos com as negociações para buscar evitar perdas. Com a nova lei trabalhista, se não assinarmos um novo acordo até o final da vigência da convenção atual, podemos amanhecer no dia 1º de setembro sem nenhum direito garantido, desde férias contínuas de 30 dias, vale-refeição até PLR e todos os demais direitos que hoje temos. Por isso, temos que estar atentos e mobilizados”, explicou o coordenador da COE do Itaú.
Leia boletim distribuído nas atividades