Depois de certa trégua, os alimentos voltaram a pressionar a inflação no primeiro mês de 2018, ajudando, ao lado dos combustíveis, a levar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) a uma variação de 0,39%, acima de dezembro de (0,35%) e de janeiro do ano passado (0,31%). Com esse resultado, divulgado hoje (23) pelo IBGE, a "prévia" da inflação oficial acumulada em 12 meses subiu de 2,94% para 3,02%.
Segundo o instituto, o grupo Alimentação e Bebidas interrompeu uma sequência de sete quedas e variou 0,76% em janeiro, contribuindo com praticamente metade do índice do mês (0,19 ponto percentual). Foi resultado da pressão dos alimentos consumidos em casa, que tiveram alta de 0,97%. Entre os produtos que aumentaram de preço, estão tomate (19,58%), batata inglesa (11,70%) e frutas (4,39%). As carnes subiram 1,53%. Registraram queda itens como o feijão carioca (-5,86%) e o leite longa vida (-1,69%).
Já na alimentação fora de casa, os resultados variaram de -0,97% (região metropolitana de Porto Alegre) a 2,33% (Curitiba).
O grupo com maior elevação em janeiro foi o de Transportes (0,86%), sob impacto dos combustíveis, que subiram 2,54%. O preço do litro da gasolina aumentou em média 2,36%, informa o IBGE, refletindo reajustes autorizados pela Petrobras nas refinarias. Apenas esse item contribuiu com 0,10 ponto percentual para o resultado geral. Ainda em transportes, subiram os custos com etanol etanol (3,86%), tarifas dos ônibus urbanos (0,43%) e intermunicipais (0,94%).
O grupo Habitação foi o único com queda em janeiro (-0,41%). De acordo com o IBGE, isso aconteceu pelo fato de as contas de energia elétrica terem ficado 3,97% mais baratas, o que causou impacto de -0,15 ponto. As variações foram de -7,54% (Belém) a 5,43% (Porto Alegre).
Já a taxa de água e esgoto subiu 1,48%, refletindo reajustes no Rio de Janeiro e em Belém. Em São Paulo, esse item subiu 3,26%, ainda com impacto de parte do aumento aplicado em novembro. O gás encanado subiu 1,28%, depois de reajuste também no Rio.
Entre as regiões, as maiores altas foram apuradas em São Paulo e Curitiba, ambas com 0,52%, com destaque para os preços de gasolina e etanol. O menor foi o de Belém (-0,06%), com queda na energia e nas passagens aéreas.
O IPCA e o INPC deste mês serão divulgados em 8 de fevereiro.
FONTE: Rede Brasil Atual