A Contraf-CUT repudia veementemente o cancelamento da exposição "Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira", que estava em cartaz desde 15 de agosto no Santander Cultural, em Porto Alegre, após protestos em redes sociais liderados, principalmente, pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e por religiosos. A mostra ficaria em cartaz até 8 de outubro, com 270 obras relacionadas a questões de gênero, de 85 artistas, como Adriana Varejão, Cândido Portinari e Ligia Clark.
Para Mauro Salles Machado, secretário de Políticas Sociais da Contraf-CUT, o fechamento da exposição é um ato de intolerância de um setor social a uma mostra artística que retrata uma realidade que costuma ser escondida pela sociedade. “Não é só a hipocrisia social que se revela aí: trata-se do caráter repressivo de um banco que se esconde atrás de uma fachada de modernidade, enquanto trata seus empregados com autoritarismo e exploração.”
De acordo com o secretário de Políticas Sociais, ao se submeter aos grupos conservadores, o banco de matriz espanhola não só autoriza a volta da Censura no Brasil, como mostra que seu apoio a arte e a cultura, na verdade não passa de um lance de “marketing” para o grande público. “Enquanto esta instituição financeira bilionária, espalhada pelo mundo, finge dar grande apoio a arte, internamente ela segue explorando seus empregados, paga mal e pratica assédio moral ao impor metas abusivas para os bancários.”
Ao aceitar a censura sobre a arte, conclui Mauro Salles, o banco expõe a sua própria prática dentro de cada agência bancária, onde são frequentes os casos de preconceito e discriminação de bancários negros, LGBTs, pessoas com deficiência e outras chamadas minorias. “Qualquer ato de intolerância não serve aos trabalhadores.”
Fonte: Contraf-CUT