O banco Itaú obteve um lucro líquido recorrente (que exclui efeitos extraordinários) de R$ 12,345 bilhões no primeiro semestre de 2017. Um crescimento de 15% em relação ao mesmo período de 2016. A rentabilidade (retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado – ROE) ficou em 21,8%, uma alta de 1,7 pontos percentuais em doze meses.
“O Itaú, assim como o Santander e o Bradesco, os três maiores bancos privados do país, continuam lucrando muito. Mas, parecem não ter nenhum compromisso com a retomada do crescimento econômico. Continuam praticando juros altíssimos e reduzindo o quadro de funcionários. Ou seja, dificultam o crédito e reduzem a massa salarial. O dinheiro não circula na sociedade, a economia não gira. Pensam apenas no próprio crescimento”, lamenta Roberto von der Osten, presidente da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
A holding encerrou o primeiro trimestre de 2017 com 81.252 empregados no país, uma redução de 961 postos de trabalho em relação a junho de 2016. Foram abertas 39 agências digitais (que já somam 154 unidades) e fechadas 184 agências físicas no país em doze meses. O total de agências e pontos de atendimento do banco no Brasil e exterior, em março de 2017, foi de 4.955.
Demissões injustificáveis
Para o movimento sindical, a continuidade de corte de postos de trabalho pelo banco é injustificável. “Não conseguimos entender a continuidade de cortes de postos de trabalho pelo Itaú. O número de operações aumenta, a carteira de crédito e a receita com prestação de serviços e com também. Somente com o que arrecada com tarifas bancárias o banco consegue cobrir toda a despesa que tem com pessoal e ainda sobra 60,4% do valor arrecado somente com este tipo de operação, sem contar os altos lucros que o banco tem com as demais transações, ainda mais rentáveis. A única explicação é a de que o banco pensa apenas no seu crescimento, no seu lucro”, disse Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú.
A receita do banco com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias apresentou crescimento de 7,3% no período, totalizando R$ 17,3 bilhões. As despesas de pessoal subiram 9,2%, atingindo R$ 10,8 bilhões. Em junho de 2017, a cobertura da despesa de pessoal pelas receitas secundárias do banco foi de 160,4%.
O total da Carteira de Crédito do banco decresceu 4,2% em relação a junho de 2016, atingindo R$ 587,3 bilhões (no trimestre houve retração de 1,0%). As operações com pessoas físicas recuaram 1,8% em doze meses, chegando a R$ 179,4 bilhões (-0,6% no trimestre). Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 235,2 bilhões, com redução de 6,3% em doze meses e 0,6% no trimestre. Na América Latina, a queda foi de 1,1% em doze meses, mas, apresentou alta de 3,3% no trimestre, chegando a R$ 137,7 bilhões.