Organizar a mais forte Campanha Nacional dos Bancários já vista até hoje é a principal tarefa da 19ª Conferência Nacional, que acontece de sexta (28) a domingo (30), em São Paulo. A defesa do emprego e dos direitos de toda a categoria, ameaçados pelas novas regras da reforma trabalhista aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada por Temer, vai exigir dos bancários empenho, participação e mobilização total.
Esta deve ser a mais dura Campanha até hoje. Nela estarão em jogo a sobrevivência da categoria como a conhecemos. Ao precarizar e assim baratear a contratação da mão de obra, as novas regras trabalhistas representam o risco de demissões em massa. Além disto, a permissão da contratação irrestrita via pessoa jurídica, acaba com direitos como a jornada fixa de seis horas, férias, 13º salário, FGTS, multa de 40% na rescisão, e a Convenção Coletiva Nacional.
Além da reforma trabalhista, o governo quer ver aprovada a reforma da Previdência, outra luta que faz parte da campanha junto com a defesa dos bancos públicos, que vêm sendo desmantelados por Temer. Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal extinguiram setores inteiros e demitiram milhares de funcionários através de plano de "incentivo" à aposentadoria. O BNDES também está sob ameaça, com o fim da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP).
Nenhum direito a menos
O lema central da Conferência, que deve ser adotado na Campanha, sintetiza o objetivo das mobilizações que virão: "Lutar, defender, garantir. Nenhum direito a menos". "Temos que ter em mente que nossos empregos estão em jogo, que nossos direitos estão em jogo. Mas que temos como preservá-los construindo, juntos, uma campanha forte, com garra e disposição de luta", afirmou a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso.
Para a dirigente, só uma categoria como a bancária, numa campanha nacional, será capaz de conquistar salvaguardas que garantam a manutenção dos empregos e dos direitos, barrando a implementação das regras da reforma. "Caso seja necessário, vamos à greve para garantir isto", frisou. Classificou como um acerto a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho dos Bancários (CCT) por dois anos. "Garantimos, desta forma, aumento real nos salários e demais verbas, quando o que vemos é a maioria das categorias com dificuldades em suas campanhas", constatou.
Vamos manter o aumento real
Veja na tabela do Dieese o aumento real médio conquistado pelos trabalhadores no primeiro de 2017, em 270 negociações, que envolveram diversas categorias. O aumento real dos bancários, válido até 2018 é de 1%, conforme o acordo com a Fenaban.
Se esta média se mantiver nesse patamar, os bancários terão um aumento real acima da média nacional. As mobilizações da Campanha Nacional dos Bancários terão a tarefa de lutar para manter inalteradas as cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).