Bancários e bancárias do Rio de Janeiro e Espírito Santo realizaram na sexta, 14 e sábado, 15, a 19ª Conferência Interestadual da categoria. Ao todo, 509 delegados participaram do encontro, lotando os auditórios que sediaram o evento. Diante da mais difícil conjuntura política desde o regime militar e do maior ataque aos direitos dos trabalhadores em toda a história, os participantes consideraram o acordo de 2016 válido por dois anos uma vitória, impedindo perdas salariais, já que, empresários, banqueiros e o governo Temer já anunciaram que não haverá espaço para reajustes de salários em 2017.
Sim, tem campanha
Quem imagina que não haverá campanha nacional da categoria este ano, pelo fato dos índices remuneratórios já terem sido definidos na campanha de 2016, está redondamente enganado. Diante do desastre social da aprovação da reforma trabalhista e do projeto de terceirização e do desmonte dos bancos públicos, a campanha de 2017 tem uma relevância ainda maior: Primeiro, defender o emprego e garantir aos bancários e bancárias os direitos já conquistados. Mas também impedir que os bancos rasquem a única convenção coletiva com alcance nacional do país e organizar a luta dos trabalhadores para derrotar as reformas e o processo de desmantelamento do estado e da mais importante rede de proteção social conquistada pelo povo brasileiro, a CLT, a Consolidação das Leis do Trabalho. Fortalecer a representação sindical das categorias é outro desafio, diante de uma avalanche de medidas previstas na reforma trabalhista que priorizam a negociação individual. Claro. Sozinho, o empregado não terá forças para negociar e terá de se submeter às imposições do patrão.
Organizar a luta
A Conferência contou com a participação também de parlamentares, técnicos do Dieese e acadêmicos, como o sociólogo e professor da UERJ, Emir Sader. Todos repudiaram a condenação de Luis Inácio Lula da Silva pelo juiz Sérgio Moro. Na avaliação dos participantes, a decisão judicial, divulgada no dia da aprovação da reforma trabalhista, serviu para tirar a atenção do povo em relação à retirada de direitos e visa impedir também que o líder das pesquisas de opinião seja candidato nas eleições presidenciais de 2018.