Os números são de assustar qualquer um. Na tabela divulgada pelo Banco Central, sobre juros cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, entre os dias 24 e 30 de setembro, a taxa anual chega a 756,42% no Banco Cetelem. Como é desconhecido do grande público, só resta pensar que o banco definiu juros tão exorbitantes assim para subir no ranking, nem que seja de maior taxa do Brasil.
O levantamento do BC também revela as altas taxas cobradas por bancos mais populares e que estão entre os seis maiores do País (BB, Caixa, Itaú, Bradesco, Santander, HSBC). Os juros no Itaú chegam a 631,30% ao ano. No Bradesco, a taxa anual é de 494,60%. O levantamento segue com o HSBC, com taxa de 461, 24% e Santander com 432,39% ao ano. Entre os bancos públicos, destaque para o Banco do Brasil com 307,32% de taxa, e a Caixa, a qual cobra 128,22% de juros ao ano nas operações com cartão de crédito rotativo.
Não é de se entranhar que com juros tão astronômicos assim, os lucros dos bancos estejam nas alturas. Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa lucraram R$ 36, 3 bilhões somente nos seis primeiros meses de 2015, resultado 27,3% superior ao mesmo período do ano passado.
Mas na hora de reajustar os salários a conta é outra, bem diferente. Os bancos apresentaram a pior proposta que já fizeram aos trabalhadores nos últimos anos: reajuste de 5,5% e abono salarial de R$2.500,00, não incorporado ao salário. Além de não repor sequer a inflação do período de 9,88% (INPC), os bancos propõem perda de 4% no valor do salário dos bancários.
“Justamente o setor que mais tem lucro no Brasil apresentou a pior proposta que os trabalhadores poderiam receber. A resposta dos bancários não poderia ser outra senão greve, que está cada dia mais forte. E até agora a Fenaban não apresentou uma proposta decente à categoria “, afirma o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten.
Cheque especial também é de surtar
Os juros do cheque especial também são de enlouquecer. O mesmo período levantado pelo Banco Central, de 24 a 30 de setembro, mostra o Banco Mercantil no topo da lista, com 520,01% de taxa ao ano. Em seguida vem o Santander, o banco espanhol cobra 381,77% de juros e o HSBC 354,47%. O Itaú também está na relação das maiores taxas, com juros anuais de 261,37%. No Banco do Brasil a taxa do cheque especial é de 255,38%. No Bradesco, 235,58% e na Caixa, 208,29% ao ano.
“São indicadores que comprovam: a proposta dos bancos, de impor perda de 4% para os bancários, é um desrespeito, uma vergonha. Além mostrar a exploração que os bancos também praticam contra a população e seus clientes. Poderiam ter um papel mais nobre, principalmente de apoio ao desenvolvimento do Brasil, com taxas de juros menores, ajudando o País a voltar a crescer”, conclui Roberto von der Osten.
Fonte: Contraf-CUT