Os bancários de Alagoas pararam nesta segunda-feira (26) duas agências do Itaú em Maceió, localizadas no bairro Farol. A paralisação foi em protesto contra a mudança no horário de atendimento, definida pela empresa sem qualquer negociação com a representação dos trabalhadores.
“Essa mudança unilateral vai gerar transtornos pessoais, profissionais e familiares para os bancários, além de resultar na extrapolação da jornada de trabalho, disse o presidente do Sindicato dos Bancários de Alagoas, Jairo França.
Denominado “Projeto Corredor”, a mudança no horário de abertura e fechamento das agências atinge principalmente as unidades que estão próximas, como as localizadas na Avenida Fernandes Lima, uma das principais artérias da capital alagoana. Algumas unidades abrem e fecham uma hora antes que o normal, enquanto outras abrem e fecham uma hora depois. Também foi estendido o horário de atendimento nas agências localizadas em shopping center.
“Os bancários defendem, há muito anos, a ampliação do horário de atendimento, mas de forma negociada e que resulte na contratação de mais bancários e na melhoria do atendimento”, disse Cláudio Gama, diretor do Sindicato e funcionário do Itaú. Segundo ele, a ampliação deveria ser para todos os bancos e com a criação de dois turnos de trabalho. O horário proposto pelos bancários é das 9h às 17h.
“Do jeito que o Itaú está fazendo, inúmeros funcionários serão prejudicados porque terão dificuldades para chegar no horário correto à faculdade, precisarão prorrogar o horário dos filhos na creche, entre outros inconvenientes. Sem falar que vão continuar chegando ao trabalho no horário de sempre e trabalharão mais para cumprir o horário de atendimento ampliado. Isso caracteriza desrespeito à jornada de seis horas”, acrescentou Cláudio Gama.
Além da paralisação das atividades nas agências do Farol, houve manifestações em frente às unidades para denunciar a atitude do banco e buscar o apoio dos clientes e usuários. “A população, que também não foi consultada sobre a mudança, será prejudicada em vários aspectos”, observou Cláudio.
A Contraf-CUT, federações e sindicatos já colocaram para o banco, em duas oportunidades, que são contra o “projeto corredor”, além de criticarem a forma unilateral e sem transparência utilizada pelo banco para implementá-lo.
“Deixamos claro que não concordamos com esse projeto e que ele tem gerado extrapolação de jornada e transtornos na vida dos funcionários, além de não aumentar o número de empregos na instituição”, afirma Wanderley Crivellari, um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itau.
O banco afirmou que os funcionários que não quiserem continuar lotados em agências envolvidas no projeto serão realocados, sem nenhum tipo de represália por parte dos gestores.
Fonte: Contraf-CUT com Seec-AL