Novembro 25, 2024
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‘Reforma trabalhista de Temer rebaixa direitos e tenta atingir os sindicatos’, diz CUT

Segundo o presidente da central em São Paulo, Douglas Izzo, proposta rebaixa direitos apenas para diminuir custos de contratações e aumentar o lucro dos empresários

 

São Paulo – A reforma trabalhista proposta pelo governo Temer, além de rebaixar direitos, diminuir os custos das contratações (e das demissões) pelas empresas e aumentar o lucro dos empresários no Brasil, despreza o papel dos sindicatos, segundo avalia o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, sobre o Projeto de Lei (PL) 6.787, em entrevista à Rádio Brasil Atual, no dia 28 de dezembro/16

Douglas também afirma que o governo Temer trabalha para devolver aos empresários o apoio recebido pelos setores patronais durante o golpe. “É importante destacar que esse governo, que não chegou ao poder através do voto, está devolvendo o apoio da Fiesp e das elites brasileiras.”

O presidente da CUT-SP desmente Temer e diz que a reforma trabalhista não é uma “modernização”, mas uma forma de colocar os acordos entre patrões e empregados acima da CLT. Ele também critica a mídia comercial que “legitima” as medidas do governo, mesmo que danosas à população.

Leia abaixo a entrevista:

Quais são os prejuízos da reforma trabalhista anunciada por Temer?

É importante destacar que esse governo, que não chegou ao poder através do voto, está devolvendo o apoio da Fiesp e das elites brasileiras. Essas mudanças propostas representam o retrocesso para os trabalhadores brasileiros.

Eles dizem que essa reforma é uma modernização da relação de trabalho, mas o ponto central da reforma é colocar o negociado sobre o legislado, ou seja, eles querem abrir a possibilidade da negociação entre empregador e empregado, de estarem abaixo do mínimo previsto na lei.

Esse projeto também despreza o papel do sindicato na negociação coletiva, aponta para a negociação entre empresas. Ele aponta também para uma eleição, dentro das empresas com mais de 200 funcionários, de um trabalhador que represente os demais, e este trabalhador não precisa estar associado ao sindicato. Então é uma tentativa de tentar desmontar a estrutura sindical brasileira.

O projeto enfraquece os sindicatos?

Ele enfraquece o sindicato e a organização coletiva porque abre a possibilidade de as negociações ocorrerem por empresa, então divide mais a classe trabalhadora. O prejudicado será o trabalhador.

Essa modernização das relações de trabalho nada mais é do que rebaixar direito, diminuir os custos das empresas e aumentar o lucro dos empresários no Brasil.

Você diz que quem colocou o Temer no poder foram os empresários, mas agora ele paga a fatura.

E não é só isso. No conjunto, o que esse governo apresenta de saída para a economia brasileira, nada aponta para um crescimento do emprego ou da economia. O governo está entregando o pré-sal e tomando medidas contraditórias, como congelar os gastos públicos por 20 anos, mas mantém os juros altos.

Apesar dos alertas, parte da população não se dá conta da gravidade?

Infelizmente, são medidas que só terão impactos nos próximos anos, então não há uma compreensão do que pode acontecer com o país. Além disso, é lamentável o papel da grande imprensa nessa situação, pois ela legitima essas propostas, como a PEC 55 e as reformas da CLT e da Previdência. Ela não mostra a realidade do que pode acontecer.

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