O balanço do Banco do Brasil divulgado nesta terça-feira 14 apresenta lucro líquido de R$ 3,008 bilhões no segundo trimestre deste ano, declínio de 9,7% na comparação com o mesmo período de 2011, mas um aumento de 20,2% comparado com o primeiro trimestre de 2012. De janeiro a junho, o banco teve lucro líquido ajustado de R$ 5,69 bilhões, queda de 7,5%. A redução foi impactada por aumento nas provisões para perdas com empréstimos, mas os resultados ficaram acima do esperado pelo mercado, segundo avaliação da agência Reuters.
Houve ainda redução do montante contabilizado pelo Plano de Benefícios da Previ, que somou R$ 781 milhões no primeiro semestre de 2012, valor 59% inferior ao verificado no primeiro semestre de 2011 (R$ 1,92 bilhões).
“Assim como os bancos privados, o Banco do Brasil também usou o truque de reduzir contabilmente o lucro líquido ao elevar desproporcionalmente as provisões para devedores duvidosos mesmo com a estabilização da inadimplência, que no BB está abaixo do sistema financeiro como um todo”, afirma William Mendes, diretor da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do banco.
“Isso mostra que o resultado do BB foi muito bom e ele tem todas as condições de atender às reivindicações do funcionalismo na campanha nacional deste ano”, acrescenta William.
Inadimplência tem queda
O índice de inadimplência para operações vencidas a mais de 90 dias do Banco do Brasil encerrou junho com leve queda de 0,1 ponto porcentual, passando de 2,2% no primeiro trimestre deste ano para 2,1% ao final de junho, considerando os atrasos acima de 90 dias. A inadimplência representa 3,8% – abaixo dos demais grandes bancos.
As provisões para devedores duvidosos (PDD) totalizaram R$ 6,934 bilhões no primeiro semestre deste ano, aumento de 26,58% na comparação com os R$ 5,478 bilhões registrados no mesmo período de 2011. As despesas com PDD aumentaram 20,7% no segundo trimestre deste ano ante o mesmo intervalo do ano passado. A variação, segundo o BB, está em linha com o crescimento da carteira de crédito (classificada) de 19,9% no período.
Se desconsideradas as operações do Banco Votorantim, a carteira de crédito classificada do BB cresceu 22% em relação a junho de 2011, porcentual superior ao aumento das respectivas despesas de PDD no período, de 12,6%. Segundo o relatório que acompanha as demonstrações do BB, no segundo trimestre, houve reversão de PDD adicional no montante de R$ 223 milhões, tratada como “item extraordinário”.
O BB encerrou junho com ativos totais de R$ 1,1 trilhão. Em 12 meses, os ativos da instituição aumentaram 16,3%.
Operações de crédito crescem 20%
Por intermédio da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, o governo está estimulando o sistema financeiro a reduzir suas taxas de juros e o spread bancário. Diante deste novo cenário, as Operações de Crédito do BB cresceram 20,3%, em relação ao primeiro semestre de 2011 e 7,5% em relação ao primeiro trimestre deste ano, atingindo o saldo de R$ 472,8 bilhões.
Sobre os indicadores do trabalho, a relação entre a Receita de Prestação de Serviços, somada à Renda de Tarifas Bancárias, sobre as Despesas de Pessoal demonstrou que somente esta receita secundária no banco cobre toda a despesa de pessoal com sobra de 30,25% em junho de 2012 – aumento de 5,36% em comparação ao mesmo período de 2011(foram vendidos pelo banco um total de 388.211 pacotes de serviço “Bom Pra Todos”).
Entre o primeiro semestre de 2011 e o de 2012, houve ampliação no quadro de funcionários do banco em 1.083 trabalhadores, que passou de 112.913 trabalhadores em junho de 2011 para 113.996, em junho de 2012.
O Patrimônio Líquido do banco, por sua vez, ampliou-se 14,08%, em relação a junho de 2011, e alcançou R$ 62,3 bilhões. Tais resultados apontam para uma Rentabilidade sobre o Patrimônio Liquido Médio, anualizada (ROE), menor em 5 pontos percentuais, de 24,9% para 19,9%. O BB encerrou o semestre com 19,5% de participação de mercado.
(Atualizado às 15h00)
Fonte: Contraf-CUT, com Agência Estado, Reuters e Dieese