Conforme esperado, a “Chapa 1 – Somos Fortes, Somos CUT” foi escolhida na quinta-feira (12) por 90,52% dos mais de 2,3 mil delegados que participam do 11º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CONCUT), que ocorre em São Paulo.
A nova direção representa a renovação de mais de 30% do quadro à frente da entidade.
Pela primeira vez, um bancário ocupará a presidência da maior central sindical do Brasil, representando 38% dos trabalhadores do país, e a quinta maior do mundo. Em 2013, a CUT completa 30 anos.
Nascido na capital paulista, Vagner ocupou a direção do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, da Fetec-CUT/SP e também foi presidente da extinta Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
O ex-presidente da CUT, Artur Henrique, assume agora a secretaria adjunta de Relações Internacionais.
Compromissos
Em seu primeiro discurso como presidente, Vagner afirmou que a nova direção terá o compromisso de defender os direitos da classe trabalhadora, manter as pautas sociais e continuar com as lutas pela reforma tributária e do setor financeiro.
“O setor financeiro não é voltado a financiar o crescimento e o desenvolvimento. Precisamos pressionar o governo para realizar uma conferência nacional para que deixemos de ser um paraíso para os bancos.”
A visão de que não há crescimento sem distribuição de renda também permanece na nova gestão, assim como a missão de unificar as lutas dos trabalhadores do campo e da cidade.
Segundo o dirigente, a Central também manterá a intransigência na defesa do Estado como indutor do desenvolvimento. “As políticas públicas não devem ser dominadas pelo capital privado. O financiamento da saúde, da segurança e da educação são compromisso
Artur foi homenageado pelos dois mandatos à frente da Central
s do Estado”, ressaltou, acrescentando que, para isso, é fundamental investir na carreira do servidor público.
De acordo com ele, a nova direção assume num momento em que a pauta da classe trabalhadora se encontra engessada no Congresso Nacional. “Para destravar é preciso muita pressão do movimentos sociais. Quando o ex-presidente Lula se elegeu, em 2002, disse que o governo era de coalização e, portanto tínhamos que fazer o nosso papel para que o governo fizesse o dele. E o papel do movimentos sociais é pressionar nas ruas para que outros não ocupem esse espaço e façam com que a política adota seja aquela que não interessa à classe trabalhadora”, definiu.
Por fim, Vagner parabenizou as trabalhadoras CUTistas pela conquista da paridade nas instâncias de direção (clique aqui para ler mais) e deixou um puxão de orelhas ao governo, que sinalizou com o corte do ponto dos servidores federais em greve.
“Se o Estado é democrático, tem que aprender a lidar com conflitos e não pode punir quem está em greve. Exigiremos o imediato recebimento da CUT por parte do Ministro do Planejamento para solução da paralisação no setor público. Porque a greve existe apenas enquanto o governo somente enrola e não aponta propostas consistentes”, criticou.
Fiscalização e homenagens
Candidata à presidente pela chapa derrotada, Rejane Oliveira parabenizou a nova direção, mas disse que a corrente cobrará autonomia.
“Nós da ‘CUT Pode Mais’ estarmos juntos em todos os momentos em que a CUT se mostrar de luta e combativa e vamos também fiscalizar quando não responder às expectativas da classe trabalhadora. Porque esse é o nosso papel. Acreditamos que a nossa central deve seguir o eixo da autonomia e independência diante de governos e partidos. Que ela seja forte, de luta e saiba seu papel de movimento sindical”, afirmou.
A noite também foi de muitas homenagens. A começar por Artur, que recebeu uma bandeira da CUT assinada pelos funcionários da entidade, como forma de agradecimento ao longo dos seis anos de mandato.
Dois dirigentes que participaram da gestão mais recente também foram lembrados: o ex-vice presidente da Central e atual assessor da secretaria-geral da Presidência da República, José Feijóo, e o ex-secretário de Relações do Trabalho da CUT e atual secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Manoel Messias.
A celebração terminou com a apresentação do grupo “Nóis não Usa Black Tie”, formado por funcionários da CUT-SP e com o show com a Banda Chroma, dando início à festa.
Conheça quem irá compor a nova direção da CUT:
DIREÇÃO EXECUTIVA NACIONAL DA CUT – GESTÃO 2012/2015
Presidente
Vagner Freitas (Bancário-SP)
Vice-presidente
Carmen Foro (Trabalhador Rural-PA)
Secretário-Geral
Sérgio Nobre (Metalúrgico-ABC)
Secretária-Geral Adjunta
Maria Godói Faria (Seguridade Social-SP)
Secretário de Administração e Finanças
Quintino Severo (Metalúrgico-RS)
Secretário Adjunto de Administração e Finanças
Aparecido Donizeti da Silva (Químico-SP)
Secretário de Relações Internacionais
João Felício (Educação-SP)
Secretario Adjunto de Relações Internacionais
Artur Henrique (Urbanitário-SP)
Secretária de Combate ao Racismo
Maria Júlia Nogueira (Seguridade Social-MA)
Secretária de Comunicação
Rosane Bertotti (Rural-SC)
Secretária de Formação
José Celestino (Educação-MG)
Secretário Adjunto de Formação
Admirson Ferro Júnior (Greg) (Processamento de Dados-PE)
Secretário da Juventude
Alfredo Santa Júnior (Químico-BA)
Secretário do Meio Ambiente
Jasseir Fernandes (Rural-ES)
Secretária da Mulher Trabalhadora
Rosane Silva (Vestuário-RS)
Secretário de Organização
Jacy Afonso (Bancário-DF)
Secretário Adjunto de Organização
Valeir Ertle (Comerciário-SC)
Secretário de Políticas Sociais
Expedito Solaney (Bancário-PE)
Secretário de Relações do Trabalho
Graça Costa (Municipal-CE)
Secretário Adjunto de Relações do Trabalho
Pedro Armengol (Servidor Federal-PI)
Secretária de Saúde
Junéia Martins Batista (Servidora Municipal-SP)
Secretário Adjunto de Saúde
Eduardo Guterra (Portuário-ES)
Diretore(a)s Executivo(a)s
Antônio Lisboa Amâncio do Vale (Educação-DF)
Elisângela dos Santos Araújo (Agricultor Familiar-BA)
Júlio Turra (Professor-SP)
Rogério Pantoja (Urbanitário-PA)
Shakespeare Martins de Jesus (Metalúrgico-MG)
Roni Barbosa (Petroleiros-PR)
Vítor Carvalho (Petroleiro-RJ)
Daniel Gaio (Bancário-DF)
Jandira Uehara (Municipal-Diadema/SP)
Rosana de Deus (Química de SP)
Conselho Fiscal
Efetivos
Dulce Rodrigues Sena Mendonça (Metalúrgica-AM)
Manoel Messias Vale (Rural-BA)
Antonio Kuz (Vestuário-RS)
Suplentes
Raimunda Audinete de Araújo (Telecomunicações-RS)
Simone Soares Lopes (Correios-BA)
Severino Nascimento “Faustão” (Químico-PE)
Fonte: Luiz Carvalho e William Pedreira – CUT