Novembro 24, 2024
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Terceirizados relatam perda de direitos e alertam sobre PL 4330

Durante a greve no Centro Administrativo Santander 2, na zona sul, e no CA Brigadeiro, do Itaú, na região da Avenida Paulista, trabalhadores que prestam serviços para os bancos alertaram a categoria para a ameaça que a terceirização representa para os direitos garantidos pela CLT e pela convenção coletiva dos bancários.

 

Dentre os relatos coletados na última sexta 20, estão dificuldades para manter a qualidade de vida. Uma das queixas relatadas no Casa 2 é o valor do tíquete para alimentação, agravado pelo fato de a região onde a concentração se localiza não ter opções além dos dois restaurantes do próprio prédio.

 

“Meu tíquete diário é de R$ 12, mal dá para duas semanas. Então, um dia almoço e em outro trago lanche. Assim vou esticando o vale até onde der”, disse um trabalhador.

 

Outro afirma ter apenas horário para entrar. “Quando o serviço aperta, que é quase todos os dias, as pessoas dizem que não posso sair antes de terminar. Às vezes recebo horas extras por isso, mas em outras ocasiões, não”, disse.

 

Um ex-bancário, hoje terceirizado, recorda que quando estava na categoria recebia vale-refeição maior, tinha cesta-alimentação e previdência complementar. “A maioria aqui era funcionário de banco que por extrema necessidade ficou nessa situação, perdendo todos esses direitos. Quando ingressei na categoria, nos anos 90, a gente saía de um banco e logo entrava em outro. Hoje são apenas seis, sendo que dois deles só se entra por meio de concursos públicos. Jamais poderiam ter permitido uma concentração bancária como essa, a categoria começou a sofrer a partir daí”, disse.

 

 

Não ao PL 4330

 

O ex-bancário adverte para os riscos de a terceirização aumentar ainda mais – com a possível aprovação do PL 4330, atualmente em trâmite na Câmara dos Deputados -, reforçando a necessidade de a categoria se mobilizar para que isso não ocorra.

 

“Se esse projeto que anda por aí for aprovado (PL 4330), não vai sobrar ninguém. Os bancários passaram a ser iguais aos dinossauros que, apesar de grandes e fortes, foram extintos”, conclui.

 

 

Problemas comuns 

 

O valor baixo para o vale-refeição, além de outros direitos reduzidos em relação aos dos bancários, também afetam terceirizados que prestam serviços a outros bancos, como no CA Brigadeiro, concentração do Itaú que tem cerca de 1,2 mil terceirizados e 800 bancários.

 

Lá, a reclamação de uma prestadora de serviços é contundente: “Faço as mesmas tarefas que os funcionários do banco e às vezes trabalho até mais do que eles, mas o salário não tem nem comparação, fora os benefícios. Eu só tenho plano de saúde e R$ 13 por dia de vale-refeição”, conta a terceirizada.

 

Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo