O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT e assessorado pela Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, realiza nesta sexta-feira 23 às 10h, em São Paulo, a segunda rodada das negociações específicas com a direção do BB, para prosseguir nas reivindicações de saúde, previdência, segurança, condições de trabalho e igualdade de oportunidades.
Veja aqui como foi a primeira rodada de negociação, realizada no dia 13 de agosto em Brasília.
Cassi e Previ para todos
A pauta de reivindicações específicas condena a discriminação dos cerca de 15 funcionários oriundos dos bancos incorporados pelo BB e exige que tenham o direito de usufruir a assistência médica da Cassi, bem como de terem os mesmos direitos que os mais de 100 mil funcionários beneficiários da previdência complementar da Previ.
“Não queremos esperar vários anos de embates judiciais para incluir todos os bancários dos bancos incorporados na Cassi e na Previ. Queremos uma solução negociada e o mais rápido possível”, defenda William Mendes, diretor de Formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.
Preservação da saúde
O adoecimento por más condições de trabalho, pelos abusos nas cobranças de metas e pelo assédio moral é um grande problema enfrentado pelos bancários do BB. “Queremos resolver essa questão de uma vez por todas para que nenhum bancário perca salário e ou função quando estiver afastado para tratamento médico”, diz William.
Outra coisa que os funcionários esperam solução é sobre o plano odontológico. Hoje ele é um plano tão limitado que os bancários não conseguem utilizá-los. “Além disso, queremos incluir no plano todos os aposentados”, avisa o coordenador da Comissão de Empresa.
Combate às metas abusivas e ao assédio moral
Assim como a categoria bancária está cobrando fortemente na Fenaban o aprofundamento de medidas de combate ao assédio moral nas cobranças de metas, o funcionalismo que incluir no aditivo do BB a proibição de cobranças de metas via dezenas de sms, emails e telefones diários, inclusive fora da jornada de trabalho do bancário.
“Além disso, queremos o fim da cobrança de metas individuais e diárias e que o banco retire as metas individuais da nova GDP. Essa violência nas cobranças é um dos maiores males do dia a dia do bancário”, critica William.
Mais contratações
A cobrança por aumento nas dotações das unidades é uma reivindicação tanto dos administradores quanto dos bancários e dos concursados. Em vez disso, o BB está diminuindo o quadro de funcionários com programas de incentivo ao afastamento e não substituição de aposentados.
“Queremos a contratação urgente de cinco mil bancários e a chamada de todos os aprovados nos últimos concursos”, reivindica o diretor da Contraf-CUT.
Ascensão profissional
Outro tema fundamental para acabar com as injustiças e apadrinhamentos nos locais de trabalho é o estabelecimento de processos de seleção interna com regras claras, objetivas e transparentes, além de melhorias na cláusula contra descomissionamento.
“O BB é a única empresa onde a carreira tem regressão, porque os funcionários são descomissionados e têm redução salarial quando são transferidos para unidades com salários menores, como punição por não cumprirem metas impossíveis. Isso acontece inclusive com os primeiros gestores”, critica William.
PSO/Caixas
A busca de soluções para os graves problemas de trabalho nas Plataformas de Suporte Operacional (PSO), que executam o atendimento de caixas das agências, é mais uma cláusula importante da pauta de reivindicações específicas.
Para o Comando Nacional, a primeira questão básica é avançar na carreira de mérito, ou seja, buscar que os caixas pontuem um ponto por dia e que a pontuação retroaja no histórico funcional. “E também queremos a nomeação de todos os caixas e o aumento da dotação”, acrescenta o dirigente.
Volta do pagamento das substituições
Uma das questões que precisam avançar no banco é a volta do pagamento da substituição, pois além de acabar com os desvios de função ela tem caráter formativo e seria fundamental para resolver questões como, por exemplo, no setor dos gerentes de serviço das PSO, que têm um grande acúmulo de tarefas e quando estão ausentes, os caixas e escriturários realizam os serviços nas PSO sem receber pela responsabilidade.
“Também nos casos de afastamentos para tratamento de saúde defendemos que os bancários não devem perder sua função e dotação. E sim permitir que os gestores tivessem substitutos remunerados para os afastados de suas unidades durante esse período”, conclui William.
A terceira rodada de negociação das reivindicações específicas do BB estão marcadas para a quinta-feira 29, em Brasília, para discutir remuneração, carreira e demais questões econômicas.
Fonte: Contraf-CUT