Novembro 25, 2024
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Itaú obtém lucro de R$ 20,6 bi e Contraf-CUT cobra antecipação da PLR

O Itaú anunciou na manhã desta terça-feira (3) lucro líquido recorrente de R$ 20,6 bilhões em 2014, o que representa crescimento de 30,2% em relação ao ano anterior. O lucro no 4º trimestre do ano passado foi de R$ 5,7 bilhões, com alta de 3,7% em relação ao trimestre anterior.

> Clique aqui para ver a análise do Dieese.

Antecipação da PLR

Logo após a divulgação do balanço, a Contraf-CUT enviou ofício à diretoria do banco reivindicando a antecipação do pagamento da segunda parte da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), o mais breve possível.

O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, ressalta que “esse lucro bilionário só foi alcançado com o empenho e a dedicação dos funcionários do banco”. Na carta, a entidade informou que o Bradesco já anunciou que vai antecipar o crédito da PLR para a próxima sexta-feira (6). 

Lucratividade em alta, emprego em queda

Segundo a análise do Dieese, a lucratividade (lucro líquido sobre patrimônio líquido) foi de 24,7%, uma alta de 0,8 ponto percentual (p.p.) em relação a dezembro de 2013.

Apesar disso, o número de empregados da holding do Itaú em dezembro de 2014 caiu para 93.175, uma redução de 2,6% do quadro de pessoal. Ao todo, foram fechados 2.521 postos de trabalho em 12 meses. 

“Com todo esse imenso lucro, é totalmente injustificável esse fechamento de vagas, enquanto o Brasil gerou 396.993 novos empregos em 2014. O Itaú caminha assim na contramão da economia do país”, critica Carlos Cordeiro.

A rede de atendimento do Itaú em 2014 passou a contar com 56 novas agências. Entretanto, foram fechados 11 PAB’s. 

Já o número de correspondentes bancários foi de 41.641 em dezembro de 2014, uma leve diminuição de 31 unidades, mostrando que o banco segue apostando na precarização do atendimento.

Mais crédito

A carteira de crédito do banco cresceu 8,0% em 12 meses, atingindo um montante de R$ 559,7 bilhões. As operações com pessoas físicas aumentaram 10,4% em 2014, chegando a R$ 186,2 bilhões. 

Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 295,4 bilhões, com elevação de 7,2% em comparação a dezembro de 2013. 

Inadimplência cai

O índice de inadimplência superior a 90 dias apresentou queda de 0,6 p.p. no ano, ficando em 3,1% no 4º trimestre de 2014. 

Apesar da redução da inadimplência, as provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD’s) subiram 4,5%, totalizando R$ 14,2 bilhões. 

Maiores ganhos com aumento da Selic

As receitas com Títulos e Valores Mobiliários e com Aplicações Compulsórias foram impactadas pelos sucessivos aumentos na taxa Selic. As receitas com TVM cresceram 54,5% e as receitas das aplicações compulsórias cresceram 33,1%, em doze meses.

“Esses índices de crescimento comprovam que os bancos e detentores de títulos públicos são os que saem ganhando com o aumento da Selic, enquanto a sociedade perde valiosos recursos que deveriam ser injetados no crescimento com desenvolvimento econômico e social do país”, aponta o presidente da Contraf-CUT.

Receitas de tarifas sobem 15,3% e cobrem despesas de pessoal

As receitas com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceram 15,3% no ano passado em relação a 2013, somando R$ 27,7 bilhões, enquanto as despesas de pessoal subiram 7,3%, totalizando R$ 16,4 bilhões. 

Diante disso, a cobertura das despesas de pessoal pelas receitas secundárias do banco foi de 168,7%, o que representa 11,7 p.p. a mais que em dezembro de 2013.


Fonte: Contraf-CUT com Dieese