Protocolo de Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho é previsto na cláusula 58 da Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários
A reunião entre a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), representada pelo Coletivo Nacional de Saúde do Trabalhador e por Marco Aurélio Silveira e Magaly Fagundes, membros do Comando Nacional dos Bancários, com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), realizada nesta sexta-feira (22), em São Paulo, discutiu o Protocolo de Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho, previsto na cláusula 58 da Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários.
Durante a reunião, a Contraf-CUT alertou sobre a importância do instrumento e dos canais disponíveis para o encaminhamento de denúncias. “Os sindicatos signatários encaminham denúncias exclusivamente sobre assédio moral no ambiente de trabalho. Já pelos canais dos bancos, as denúncias são variadas e não conseguimos filtrar o que é assédio moral ou não”, afirmou o Secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Walcir Previtale.
A Fenaban apresentou as medidas, de caráter educativo, desenvolvidas pelos bancos a partir da assinatura do acordo coletivo de trabalho, que deu início a vigência do instrumento, em janeiro de 2011. De acordo com Magaly Fagundes, do Comando Nacional dos Bancários, a mesa de negociação deve focar na prevenção efetiva dos conflitos, especialmente os casos de assédio moral motivados pelo cumprimento de metas abusivas. “O nosso objetivo é a prevenção. Se existe um crescimento de casos de assédio moral, a nossa intervenção educativa deve prevalecer, porém não pode ser a longo prazo”, explicou.
O dirigente sindical do Sindicato dos Bancários de Campinas, Gustavo Frias, alertou sobre as situações constrangedoras que acontecem nas reuniões entre gestores e funcionários. “Temos acesso a áudios das reuniões e são muito preocupantes. Isso é muito recorrente. Vemos muitos casos ainda que não são denunciados. ”
Para Wellington Trindade, dirigente sindical do Sindicato dos Bancários de Pernambuco e Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Nordeste (Fetrafi-NE), é preciso manter os trabalhadores informados e conscientes sobre como identificar práticas de assédio moral, a não aceitar tal prática e, imediatamente, denunciar via canais dos sindicatos. Os sindicatos têm condições de dar respostas mais efetivas em relação a cláusula para o bancário.
Segundo Ademir Vidolin, da Fetec-PR, é preciso saber qual é a providência tomada pelo banco após receber a denúncia. “Precisamos evoluir e garantir a aplicação prática das soluções dadas para os casos.”
A próxima reunião, marcada para 27 de novembro, vai dar continuidade à negociação. “Precisamos reafirmar a importância do processo negocial coletivo, que busque o aprimoramento do instrumento e que inclua novos mecanismos para a avaliação semestral prevista na CCT vigente”, finalizou Walcir Previtale.
Fonte: Contraf-CUT