Bancários e Bancárias do Rio e Espírito Santo defenderam a unidade de todos os trabalhadores brasileiros para combater a retirada de direitos e o atentado à democracia representado pelo projeto do atual governo
A 19ª Conferência Interestadual dos Bancários e Bancárias do Rio de Janeiro e Espírito Santo foi realizada nos dias 14 e 15 de julho, no auditório do Sindicato dos bancários do Rio de Janeiro.
Os debates centraram na necessidade de unidade da classe trabalhadora e na busca das formas de organização e comunicação com o povo brasileiro para enfrentar os impactos das reformas impostos pelo governo Michel Temer e sua base aliada no Congresso Nacional, e o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense esteve presente.
Bancários atingidos
O presidente da CUT-RJ, Marcelo Rodrigues disse que a condenação de Lula tem como objetivo não apenas tirar o líder das pesquisas de intenção de votos da eleição em 2018, mas tirar a atenção das pessoas dos efeitos perversos da reforma trabalhista.
"Não foi por acaso que o juiz Sérgio Moro decidiu pela condenação de Lula no mesmo dia em que foi aprovada a reforma no Senado, foi tudo combinado. Criaram um fato político, por via de uma condenação baseada em argumentos vazios, sem nenhuma prova, para tirar o foco dos efeitos perversos da reforma, para não levarmos este debate para a sociedade", afirma.
A ex-presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e atual vice-presidenta da Contraf-CUT e diretora executiva da CUT nacional, Juvândia Moreira, também criticou a decisão de Moro.
"Estamos vivendo uma ditadura, a politização do poder judiciário, um atentado a nossa democracia". A sindicalista atacou a precarização do trabalho imposto por Temer.
"Esta reforma regulariza o bico, precariza o trabalho e dificulta o acesso à Justiça do Trabalho. A empresa pode 'pejotizar', terceirizar, sem a presença dos sindicatos para negociar. Ninguém mais vai receber hora extra. Extinguiram a incorporação de função, que atinge em cheio, por exemplo, os funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que depois de dez anos de trabalho tinha este direito", denuncia.
Unidade dos trabalhadores
O presidente da Fetraf-RJ/ES (Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio e Espírito Santo), Nilton Damião, o Niltinho, destacou a presença dos 13 sindicatos e dos bancários de base na Conferência. Defendeu ainda a reforma política, criticando as reformando trabalhista e da Previdência e lembrou que os bancos já estão se antecipando a nova legislação que retira direitos. "A Caixa, o BB e o Badesco estão implementado PDVs – Planos de Demissão Voluntária – e isso já é o início da terceirização e da pejotização, que é demitir para contratar mão-de-obra precarizada", disse.
Representantes das centrais sindicais, CUT, CTB, Intersindical e CSP Conlutas defenderam a unidade da classe trabalhadora para enfrentar o maior ataque aos direitos trabalhistas da história do país.