O Itaú Unibanco apresentou lucro recorde de R$ 10,940 bilhões entre os meses de janeiro e setembro deste ano, alta de 15,9% ante o mesmo período do ano passado. Segundo a consultoria Economática, é o maior lucro da história entre os bancos brasileiros para o período. Apesar do resultado estrondoso, a instituição seguiu na contramão do emprego, fechando mais postos de trabalho.
Os dados do balanço revelam que em dezembro de 2010 o banco contava com 102.316 trabalhadores no Brasil. O número caiu em setembro para 99.820, o que aponta um corte de 2.496 empregos.
“Mais uma vez, o Itaú Unibanco trata com desrespeito os seus trabalhadores, porque é injustificável bater novo recorde de lucro e cortar empregos, o que comprova a imensa sobrecarga de trabalho nas unidades do banco, fruto da pressão das metas abusivas e do assédio moral”, destaca Jair Alves, diretor da Contraf-CUT e um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco.
“O banco está devendo a geração de empregos no Brasil, como aliás está fazendo no exterior. Não adianta fazer propaganda para dizer que pratica responsabilidade social e que é banco sustentável, se reduz postos de trabalho e não contribui para o desenvolvimento econômico e social do país”, ressalta o dirigente sindical.
Mais números do balanço
No terceiro trimestre, o Itaú Unibanco teve lucro de R$ 3,807 bilhões. Na comparação com o segundo trimestre, houve alta de 5,6%. Em 12 meses, o resultado cresceu 25%. A carteira de crédito, que cresceu 22,7% em 12 meses, teve expansão de 6,1% na comparação com o segundo trimestre deste ano.
O banco também divulgou também lucro recorrente de R$ 3,940 bilhões no terceiro trimestre. A diferença entre este ganho e o resultado contábil se deve a provisões para ações judiciais questionando reajustes de planos econômicos e avaliação do investimento mantido pelo Itaú no Banco Português de Investimento pelo valor de mercado de suas ações em 30 de setembro de 2011.
No final de setembro, a carteira de crédito do Itaú Unibanco, incluindo avais e fianças, era de R$ 382,236 bilhões, um incremento de 22,8% em 12 meses.
O nível de inadimplência da carteira, medida pelo saldo de operações vencidas com prazo superior a 90 dias, foi de 4,7%, contra 4,5% no trimestre anterior e 4,2% em igual período de 2010.
As despesas da companhia com provisões para perdas esperadas com calotes somaram R$ 4,972 bilhões no trimestre, menos que os R$ 5,1 bilhões do trimestre imediatamente anterior, mas superior aos R$ 4,01 bilhões em igual etapa do ano passado.
Lucro recorde
O resultado superou o lucro do próprio Itaú Unibanco registrado em 2010: R$ 9,433 bilhões. Em terceiro lugar, aparece o ganho de R$ 8,30 bilhões do Bradesco, em 2011.
Entre os dez maiores lucros para o período, quatro são do Itaú Unibanco, três do Bradesco, dois do Banco do Brasil e um do Santander, de acordo com o levantamento da Economática.
Veja os maiores lucros, de janeiro a setembro, na história dos bancos:
Posição Banco Lucro líquido (em bi R$) Ano
1 Itaú Unibanco 10,940 2011
2 Itaú Unibanco 9,433 2010
3 Bradesco 8,303 2011
4 Banco do Brasil 7,701 2010
5 Bradesco 7,035 2010
6 Itaú Unibanco 6,854 2009
7 Itaú Unibanco 6,444 2007
8 Bradesco 6,015 2008
9 Banco do Brasil 5,992 2009
10 Santander 5,953 2011
Fonte: Economática
Fonte: Contraf-CUT com UOL Economia e Itaú