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Trabalhadores do BB definem eixos de luta pela defesa do banco público, da Cassi e da Previ

Ao longo de toda esta sexta-feira (22), representantes sindicais das trabalhadoras e dos trabalhadores do Banco do Brasil participaram do 35º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (35º CNFBB), na capital de São Paulo.

Pela Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), participaram os diretores Danilo Funke, Flávio Pereira, Bethania Emerick, Glória Dias, Igor Chagas, Fernando Tonielo e Giovana Pinto.

Fui contemporâneo de Direito na mesma faculdade do foragido que está agora nos Estados Unidos [Eduardo Bolsonaro], que chegou a dizer que o Banco do Brasil pode falir a depender das forças dele. Só no BB somos 87 mil trabalhadoras e trabalhadores, além de tantos outros nos demais bancos públicos. Precisamos ser agentes politizadores, disputar a consciência dos colegas e fortalecer a luta de classe. É fundamental que este congresso resulte em propostas efetivas para cobrar dos bancos públicos a valorização e a garantia de saúde dos trabalhadores. Que daqui saiam soluções concretas para manter empregos e fazer política para que o Brasil siga no caminho certo”, comentou Danilo Funke.

Para Bethania Emerick, “o 35° CNFBB foi um espaço onde pudemos relembrar a relevância de instituições como a CASSI e a Previ, e onde pudemos debater a defesa da Governança da Previ e as negociações do custeio da CASSI. Além disso, foi unânime e reafirmado em muitas falas a importância do Banco do Brasil como patrimônio público, forte, a serviço da sociedade , fortalecendo o Brasil, sempre.”

E completou. “A leitura e o referendo do manifesto Tolerância zero para casos de violência e assédio (veja a íntegra abaixo), assinado pela Contraf-CUT, pelo Comando Nacional dos Bancários, federações e sindicatos dos bancários, foram de extrema importância nesse dia considerando o momento de retrocesso em nossa sociedade com relação à violência contra mulheres e crianças.”

Sobre os eixos de luta, Fernanda Lopes, coordenadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB), ressaltou que foram construídos com base nas contribuições que chegaram das federações. “Foi um dia muito importante, no qual abordamos temas fundamentais, como a questão da Soberania Nacional, na aula realizada pelo convidado Jessé Souza (sociólogo e professor). Também tivemos, da economista do Dieese Rosângela Vieira, uma avaliação sobre a importância do BB para o desenvolvimento do país. Na parte da tarde, nos debruçamos sobre as questões pertinentes à Previ e à Cassi. E concluímos o evento com a aprovação de pontos de lutas, relacionados à defesa do Banco do Brasil como banco público, voltado ao desenvolvimento do país, e à sustentabilidade e perenidade da Cassi e da Previ, resumiu.

A seguir, os eixos aprovados:

1 – Defesa da função pública do Banco do Brasil, essencialmente quanto ao desenvolvimento econômico e social, da agroecologia e da agricultura familiar;
2 – Expansão do PRONAF, volta do DRS (Desenvolvimento Regional Sustentável) e maior apoio à agricultura familiar;
3 – Abertura de agências em municípios desbancarizados;
4 – Novo concurso (cumprindo efetivamente a cota de PCDs);
5 – Fim das terceirizações;
6 – Distribuição de dividendos em proporção que garanta investimentos no setor produtivo, assegurando o desenvolvimento econômico e social do Brasil;
7 – Revisão dos processos de financiamento ao agro, aprofundando o cuidado para garantir a produção sustentável tanto com viés ambiental, como o retorno para a garantia de alimentos para o Brasil;
8 – Ampliação do atendimento à população nas agências com maior movimento em regiões carentes e/ou periféricas;
9 – Ampliação de postos de trabalho, garantindo o atendimento de caixa e preenchimento de claros;
10 – Que o banco se responsabilize para que efetivamente não aconteça desvios éticos para cumprimento de metas;
11 – Fim do assédio moral e metas abusivas;
12 – Previdência: defesa da governança da PREVI e do modelo de gestão paritária pelos funcionários do banco; o papel dos órgãos controladores/reguladores. Planos e aspectos dos perfis de investimentos;
13 – Os funcionários do Banco do Brasil devem seguir na defesa intransigente da Previ, cujo modelo de governança prevê a gestão compartilhada entre a empresa patrocinadora, por sua indicação com a representação dos funcionários, por meio democrático de eleição participativa, o que garante a permanência da robustez da sua governança impedindo interferência externas, seja do mercado ou de governos, com respeito inequívoco aos órgãos controladores e reguladores competentes;
14 – A Previ deve ser para todos, com tratamento isonômico aos egressos de bancos incorporados, com direito à adesão ao plano PREVI Futuro e seus benefícios;
15 – Saúde: modelo de custeio e sustentabilidade do plano de associados da Cassi; Adoecimento e saúde mental;
16 – Os funcionários do Banco do Brasil devem seguir na defesa intransigente da Cassi, objetivando o fortalecimento da caixa de assistência, em modelo de autogestão e patrocínio do empregador;
17 – A forma de custeio não pode se basear tão somente na folha de pagamento, sendo necessária a busca de outras fontes de receitas oriundas do patrocinador. Com as premissas de aumento da contribuição patronal para 70% (setenta por cento), sem aumento na contribuição do associado;
18 – A Cassi é para todos e deve ser garantida a isonomia de tratamento para os egressos dos bancos incorporados e funcionários que ingressaram no Banco após a reforma estatutária de 2018;
19 – É de fundamental importância que o banco informe precisamente os dados do EPS (exame periódico de saúde) e do adoecimento profissional;
20 – Necessário incluir a cirurgia de afirmação de gênero/redesignação sexual no rol de procedimentos da Cassi, custeadas pelo banco, com apoio das instituições no acolhimento de pessoas trans;
21 – Fortalecer e ampliar as CliniCassi e a rede credenciada;
22 – O banco deve, ainda, cumprir de imediato as diretrizes da NR1;
23 – Campanhas: Em Defesa do Banco do Brasil; Menos Metas Mais Saúde; Contra o Assédio Moral; Dias de Luta em todas as datas de negociação sobre a Cassi.

Também foram aprovadas moções sobre a defesa do BB e de sua função pública, sustentável e inclusiva; repúdio aos ataques de Trump contra a soberania nacional; transparência na destinação de verbas parlamentares; contra o genocídio praticado por Israel contra os palestinos; em defesa do deputado Renato Freitas; e contra as ameaças de grupos de extrema-direita a Jones Manoel.

*com informações da Contraf-CUT