A retomada da economia brasileira vai aprofundar a desigualdade no país. Os sinais de recuperação da atividade econômica vêm do comércio exterior, com um novo ciclo de commodities. Mas esse fator não é suficiente para equalizar os problemas de desemprego e queda de renda.
Há sinais de retomada na economia brasileira graças a fatores externos, de países que atuaram forte com a vacinação e ganharam mais dinamismo econômico, avalia o diretor-adjunto do Dieese, José Silvestre. “Mas esses sinais não chegam à mesa do trabalhador e das classes mais pobres”, afirma.
Um estudo divulgado nesta segunda-feira atesta o aprofundamento da desigualdade com o ciclo da economia. E mostra que a recuperação econômica beneficiará apenas as classes mais altas, enquanto 1,2 milhão de famílias retrocederá à pobreza, para as classes ‘D’ e ‘E’. Esse estudo foi apresentado pela Tendências Consultoria com base em dados do IBGE, Ministério da Economia e Ministério da Cidadania. O estudo foi obtido pela Globonews.
Auxílio emergencial
Entre as causas que retêm a recuperação da economia para os trabalhadores, Silvestre indica o auxílio emergencial. O benefício fundamental para o enfrentamento da pandemia pelos trabalhadores ficou um período de três meses paralisado e foi retomado com a metade do valor de quando foi instituído em abril de 2020, em R$ 600.
A correção do salário mínimo abaixo da inflação também é fator que tem impacto negativo na renda dos trabalhadores. O governo Bolsonaro interrompeu o ciclo de ganho real do salário mínimo que foi implementado pelos governos Lula e Dilma. Silvestre diz que essa desatenção com o salário mínimo afeta especialmente famílias que tem renda mensal em torno de 2,7 salários.
Fonte: Rede Brasil Atual