Dois motoqueiros assaltaram na manhã de quarta-feira, dia 14, a Farmácia Santa Rita e o Caixa Aqui, no distrito de São Bento, no município de Maragogi, em Alagoas. O aposentado Ranulfo de Araújo, de 75 anos de idade e um dos mais antigos moradores da localidade, ficou sob a mira de um revólver durante o ataque.
A dupla de criminosos levou cerca de R$ 2,5 mil que estavam depositados no caixa da farmácia e no correspondente bancário da Caixa Econômica Federal que funciona em imóvel anexo.
Os assaltantes são também suspeitos de roubarem, em agosto, o Caixa Aqui de uma loja de conveniência em Japaratinga.
“Trata-se de mais um assalto a correspondente bancário, onde não existe qualquer equipamento de segurança e de proteção à vida das pessoas”, alerta o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr.
Insegurança, precariedade e exclusão
O problema foi denunciado pelo presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, durante a audiência pública, realizada no último dia 16 de agosto, pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. Ele defendeu a aprovação do Projeto de Decreto Legislativo (PDC) nº 214/2011, de autoria do deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), que suspende as resoluções do Banco Central que ampliaram a atuação dos correspondentes.
Na ocasião, mais de 700 bancários estiveram em Brasília, pressionando o BC e dialogando com os deputados e a sociedade. Carlos Cordeiro rebateu a defesa do BC e da Febraban. O dirigente sindical propôs um modelo de inclusão bancária para todos os cidadãos brasileiros, sem exclusão das pessoas da baixa renda.
“É preciso deixar claro que nós não defendemos o fim dos correspondentes”, reitera Carlos Cordeiro. “O que queremos é transformar os correspondentes em postos de atendimento, em agências pioneiras, com segurança, com sigilo bancário preservado, que deem assistência financeira a toda a população, sem discriminação de condição econômica e social, de raça ou de cor”, salienta o presidente da Contraf-CUT.
“Os correspondentes estão sendo usados para segregar e excluir os mais pobres, para precarizar as relações de trabalho, reduzir custos e aumentar os lucros dos bancos, uma vez que o trabalhador do correspondente recebe em média um quarto do salário do bancário”, alerta Carlos Cordeiro.
“Os bancos são o segmento que mais lucra na economia do País. Garantir atendimento decente é que deveria ser uma das suas contrapartidas sociais para ajudar o Brasil a crescer e se desenvolver”, destaca.
A luta continua
O presidente da Contraf-CUT aproveita para chamar os bancários de todo o país a intensificarem a mobilização, procurando os deputados federais nos estados para pedir apoio ao projeto de Berzoini sobre os correspondentes. “Temos que ampliar o movimento, que começou muito forte, mas ainda temos muito para caminhar”, projeta.
Clique aqui para ver os integrantes da CFT e enviar mensagens pela aprovação do projeto de Berzoini.
O PDC nº 214/2011 tramita em caráter ordinário. Depois de analisado e votado pela CFT será encaminhado para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Após passar pelas duas comissões, o projeto vai à votação no plenário da Câmara.
Fonte: Contraf-CUT com Gazeta de Alagoas